Dirigir de forma eficiente envolve táticas simples e ainda reduz gastos com manutenção
As fábricas gastam bilhões de dólares anualmente para desenvolver carros e motores cada vez mais econônicos. Mas há atitudes simples que ajudam você a visitar menos o posto de combustível e, de quebra, fazer seu carro durar mais.
As atitudes de fazer um veículo rodar o máximo possível com o que tem no tanque ganhou até nome: hypermiling, ou “ultraquilometragem”, em uma tradução aproximada.
Essa tendência aumentou com a maior preocupação ambiental de motoristas e também com a popularização dos carros elétricos. Ainda que as baterias estejam evoluindo, a autonomia geralmente menor desse tipo de modelo favorece atitudes que evitam desperdício de energia.
E se você é da turma do pé direito pesado, não precisa fechar a matéria. Afinal, economizar combustível não tem a ver só com andar (um pouco) mais devagar. Na verdade, às vezes você pode até ser mais rápido que outros motoristas. Veja as principais dicas para poupar mais a seguir:
Não dirija olhando para o capô
Essa dica vai além da economia e inclui também a segurança. Ao ver mais à frente para onde o carro está indo, você pode evitar acidentes ou perceber com antecedência que um veículo em sua faixa parou ou o semáforo acabou de fechar.
Isso lhe dará tempo para que você escolha uma faixa livre ou reduza a velocidade de forma gradual, reduzindo o tempo que for ficar parado no semáforo e, de quebra, diminuindo o risco de assaltos.
Ponto morto, só para o computador
Muitos modelos modernos possuem o recurso de coasting, quando o câmbio se desacopla do motor para aproveitar a energia cinética do carro. No caso do híbrido parcial Mercedes C200 EQ Boost, o motor até se desliga nessa situação.
Agora, a não ser que seu carro seja um desses modelos, nunca coloque o câmbio em ponto-morto em descidas ou qualquer outra situação. Todos os automóveis modernos usam injeção eletrônica, que corta o envio de combustível ao motor quando o acelerador é aliviado.
Questão de pressão
Uma pesquisa da Pirelli revelou que, em média, 80% dos carros rodam por aí com os pneus descalibrados. Além do impacto na dinâmica (com piora no conforto, ruído e até frenagens), rodar abaixo da pressão mínima indicada pela fabricante aumenta o consumo de combustível.
Uma diferença de 20% na calibragem pode aumentar o gasto de combustível em mais de 10%. Pode parecer pouco, mas a diferença acumulada ao longo de um ano pode ser suficiente para comprar um pneu novo. Aliás, usar a pressão correta também aumenta a durabilidade dos pneus.
Os sistemas de alerta ou monitoramento de pressão ajudam o motorista a evitar isso, mas eles só cumprem sua função se forem devidamente ajustados. E nunca é demais reforçar: a calibragem só deve ser feita com os pneus frios, logo que você sair com o carro de casa.
Ar-condicionado ou vidro aberto?
Ter uma cabine refrigerada sempre vai implicar em maior gasto com combustível (e uma leve piora de desempenho, em modelos de baixa potência). Mas há uma situação em que ligar o ar-condicionado pode ser mais eficiente.
Isso ocorre especificamente em viagens onde você irá rodar a 100 km/h ou mais de forma constante. Em altas velocidades abrir as janelas faz com que a resistência aerodinâmica do carro piore drasticamente, sendo mais eficiente usar o ar-condicionado.
E, se seu modelo tiver o controle automático de temperatura, procure selecionar um valor entre 22ºC e 24ºC e acione o modo “Auto”. Isso fará com que o equipamento se ajuste conforme a cabine for resfriando e pode melhorar o consumo de combustível ao reduzir a demanda do compressor do ar-condicionado.
Porta-malas, não armário
Cada grama que o veículo carrega resulta em mais combustível gasto e menos desempenho. Por isso de nada dianta comprar um modelo projetado para ser o mais leve possível, mas deixar um monte de tralha no porta-malas ou cabine.
Mantenha no carro apenas o essencial e lembre-se: automóvel vazio é sinônimo de bolso cheio. Além de gastar menos, componentes como freios, pneus e suspensão irão durar mais.
Não esquente a cabeça (e nem o motor)
Os mais velhos certamente vão lembrar da rotina de ligar o carro antes do café da manhã para que o motor já estivesse na temperatura adequada quando você for sair.
Além de desnecessário e gastar um combustível precioso, essa atitude é perigosa. Muitas garagens não possuem a ventilação adequada e o acúmulo de monóxido de carbono produzido pelo carro pode ser fatal.
Por isso, no começo do dia, não tenha receio de sair com o carro logo após a partida. Vale apenas acelerar com moderação e evitar altas rotações enquanto o motor não chegar à temperatura ideal de trabalho — algo que não leva mais de dez minutos nos modelos novos.
Otimize o trajeto
Normalmente aplicativos como o Google Maps ou Waze procuram indicar o caminho mais rápido entre os dois pontos. Mas isso não significa que a rota seja a mais adequada do ponto de vista energético.
Uma via expressa sem semáforos, por exemplo, permite poupar mais combustível do que uma avenida com muitos cruzamentos, com inevitáveis paradas.
Para quem conta cada mililitro de combustível gasto, até a topografia conta. Pode valer fazer um caminho mais longo do que subir uma grande ladeira, por exemplo. Sem falar no horário: evitar o trânsito do início e fim do dia vai reduzir o tempo preso em engarrafamentos e, claro, no combustível perdido no anda-e-para.
Sem economia na oficina
Aquele gasto extra na hora de levar o carro no conserto vai garantir economia constante. Trocar o óleo no período correto e sempre substituir os filtros de ar, óleo e combustível vão permitir que o motor trabalhe sempre na máxima eficiência prevista pela fábrica.
Não vale apelar para produtos milagrosos vendidos na internet que prometem reduções exponenciais no consumo. Além de nunca cumprirem com o prometido, eles podem, ao invés disso, até piorarem a eficiência do motor.
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